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Você já ouviu falar em Operações Long & Short?

Por Lucas Gaudeoso


São operações que consistem na “aposta” de alta e de baixa de diferentes ações ao mesmo tempo, portanto trata-se se uma operação casada, em que haverá uma posição vendida (short) sobre uma ação que você acredita que se desvalorizará e uma outra posição comprada (long) sobre uma ação que você prevê valorização. Desse modo, o gain se dará por uma recompra mais barata da ação vendida e também pela venda da ação comprada que se valorizou.


Que tipos de ações costumam ser essas?

Não há uma regra, desde que sejam ações que possuam um desempenho “contrário” entre si para que se possa lucrar nas duas posições, na long e na short. Podem ser tanto ações de setores diferentes, que estão em fases diferentes; quanto ações do mesmo setor e até mesmo diferentes ações de uma mesma empresa (ordinária e preferencial) que se veem com um certo gap que tende a diminuir – no caso as posições serão de valorização da mais barata e desvalorização da mais cara-. A aposta no desempenho divergente pode se embasar tanto na experiência gráfica (análise técnica) quanto numa aposta sobre um evento de divulgação de resultados trimestrais que poderá levantar uma empresa e prejudicar outra, por exemplo.


Como se dá esse procedimento operacional?

Primeiramente vende-se a ação “cara” (short) e, com os recursos levantados, compra-se a ação “barata” (long). Em seguida, a long será vendida por um preço mais caro, havendo já um ganho real. Assim, com esses recursos, você recompraria, por mais barato, as ações que vendera inicialmente, havendo outro ganho real. Desse modo, é possível ganhar com a valorização de uma ação e a desvalorização da outra. Mas você deve estar se perguntando: como venderei ações que não tenho para poder recompra-las mais baratas quando se desvalorizarem (short)? A resposta é simples: você as alugará de algum investidor (doador) em troca de uma taxa, como 2% a.a. É preciso também que você disponha uma reserva como garantia para o doador, como o valor integral ($) das ações ou então títulos públicos, até mesmo outras ações que já possua. Essa sua reserva ficará bloqueada e será apenas devolvida a você após retornar ao doador as ações que você alugou (já que você as terá recomprado por mais barato, lembra-se?).


Qual o tempo dessas operações, quanto precisaria desembolsar e quem devo procurar para fazê-la?

Elas podem durar de 21 dias à 12 meses de pregão. O valor mínimo é bastante variável. A corretória do Itaú, por exemplo, tem exige um dispêndio de pelo menos R$50 mil. Essas operações geralmente são feitas por corretoras, as quais fazem o intermédio entre os doadores e os tomadores (você, no caso). Logo, as ações que poderão ser alugadas dependerão de quem as está oferecendo e estão disponíveis.

Para qual tipo de perfil de investidor essas operações são recomendadas?

São operações mais voltadas a um público mais arrojado, ou seja, que está disposto a assumir mais riscos em troca de maiores retornos. Nesse sentido, é um tipo de atividade que exige um conhecimento maior do mercado de ações para a tomada de decisão.


Para saber mais:

→https://www.itaucorretora.com.br/nossosservicos/long-short.aspx →https://www.empiricus.com.br/newsletters/cr-private/como-montar-uma-operacao-de-long-short/ →https://www.tororadar.com.br/blog/venda-a-descoberto

Lucas Gaudeoso, estudante de Economia da UFRJ.

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