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Bitcoin: Seu Consumo de Energia e Consequências

Por Lucas Netto e Rodrigo Fernandes


Gráfico sobre o crescimento da Bitcoin desde seu surgimento.

Bitcoin é dito como o futuro. Startups e pequenos empresários clamam que essa é a moeda revolucionária que poderá mudar a forma que vemos o capitalismo, descentralizando e facilitando transações, sem a necessidade de terceiros mediando a troca. Bitcoin é uma moeda livre e qualquer um pode fazê-la "minerando", mas isso não é necessariamente bom.

A criação de bitcoin depende da decriptografia da mesma, assim precisando de computadores. Com a valorização da moeda, gerando o aumento da procura, o computador doméstico parou de ser útil para mineração podendo ficar um ano inteiro sem conseguir minerar nada. Foram criados computadores potentes, que chegam a custar R$12.500,00 para minerar. Entretanto, isso leva a um custo altíssimo não só aos bolsos, como também ao meio ambiente, uma vez que requer grande investimento para a mineração da moeda, além da energia gasta para gerar bitcoin.


Para produzir este tipo de computador, para minerar, para resfriar o equipamento e para transacionar é necessária energia. Estima-se que cada transação gaste o equivalente a 1,5 casas americanas médias[1] e esse gasto é necessário para segurança da transação, ocorrendo 90 milhões das mesmas por ano, nada comparado as 389 bilhões transações sem dinheiro[2], mostrando que existe ainda a chance das trocas por bitcoins aumentarem milhares de vezes. Em cenários mais pessimistas, em 2020, o gasto com energia de bitcoin pode ser igual ao da Dinamarca[3].

O valor da bitcoin está muito relacionado ao seu processo de mineração, pois a popularização e valorização da moeda gera o maior investimento dos mineradores para consegui-las. Portanto, o investimento em equipamentos mais potentes, exigindo o uso cada vez maior de energia, vale a pena para os mineradores, já que os seus investimentos serão recompensados. Esses chegam a ser incentivados a não pouparem energia, pois a mesma aumenta o rendimento total da bitcoin.


Comparando as transações em bitcoin e transações normais, o consumo de energia da moeda virtual chega a ser mais de 5.000 vezes maior que o consumo da VISA[1]. Isso considerando que a quantidade de transações efetuadas pela VISA é absurdamente maior que as feitas com bitcoin. Então, mesmo essa emitindo cerca 99,8%[1] menos carbono que o sistema bancário tradicional, ela se mostra um substituto insustentável para o sistema financeiro internacional. Outro fato de grande importância é que, com o aumento da oferta da bitcoin, seu valor deve estabilizar ou até cair ao chegar aos 21 milhões[1]. Logo, desestimulando mineradores a continuar o processo de mineração tendo em vista o alto custo.


Bitcoin pode ser uma boa alternativa para estimular e fazer pequenas empresas crescerem, além de ser um concorrente ao próprio Estado e aos grandes bancos. Entretanto, hoje em dia ela é extremamente cara e acima de tudo, rival do meio ambiente, portanto não é viável como substituto ao sistema financeiro usual. A esperança para os defensores da moeda virtual é que com o passar do tempo e com o avanço da tecnologia, criar bitcoin passe a ser menos custoso.

Fontes:

1-https://motherboard.vice.com/en_us/article/bitcoin-is-unsustainable

2-https://www.worldpaymentsreport.com/reports/noncash

3-https://motherboard.vice.com/en_us/article/bitcoin-could-consume-as-much-electricity-as-denmark-by-2020



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